Meu marido e minha melhor amiga me traíram no que eu achava ser o dia mais feliz da vida dele. Mas o destino tinha planos bem diferentes. Era um dia como qualquer outro… ou pelo menos eu pensava.
Depois de semanas de ansiedade, o meu marido, Rodrigo, estava prestes a fazer uma apresentação importante num evento da empresa, algo no qual ele tinha trabalhado tanto.
A pressão era grande, mas ele estava preparado. Na noite anterior, arrumei tudo com cuidado, incluindo o seu prato favorito — bacalhau à brás — e, quando ele saiu de manhã, desejei-lhe sorte com um sorriso que escondia a minha inquietação. Ele foi embora sem desconfiar do que estava prestes a acontecer.
Mas, enquanto limpava a casa, reparei que ele tinha esquecido o portátil. A tal apresentação crucial estava lá, e eu não podia deixar o trabalho dele ir por água abaixo por causa de um descuido. Decidi levar o computador até ao hotel onde o evento ia acontecer.
Ao chegar, algo estava estranho. O hotel, normalmente cheio de movimento, estava estranhamente vazio. Confusa, perguntei à rececionista sobre o evento, e ela disse-me que não havia nada agendado.
— Deve ser engano — insisti, pedindo para verificar se havia reservas em nome do Rodrigo.
Após um silêncio constrangedor, ela confirmou que, sim, havia um quarto reservado no nome dele e deu-me o número.
Desconfiada, mas decidida, subi as escadas. Foi então que ouvi risadas, sussurros… e algo que me gelou o sangue: beijos. O meu coração parou. Espreitei e vi o Rodrigo e a minha melhor amiga, a Carlota, de mãos dadas, a caminho do quarto.
A dor foi como uma facada, mas, em vez de confrontá-los, tirei fotos como prova. Não acreditava no que via, mas também não ia deixar barato. Escondi-me, com lágrimas nos olhos, e soube que ia haver vingança.
Voltei para a receção, onde a simpática rececionista, testemunha do meu desespero, se ofereceu para ajudar. Juntas, bolámos um plano digno de novela.
Com um olhar cúmplice, ela levou-me até ao elevador privado, aquele que ninguém usava. Quando os dois, distraídos, entraram e carregaram no botão, não faziam ideia de que eu estava lá.
O elevador começou a subir.
Enquanto as portas se fechavam, não consegui evitar um sorriso. A minha vingança era tão engenhosa que nem eles, mestres da traição, iam perceber.
E, quando o elevador já ia a meio do caminho, larguei no chão um saco cheio de rebuçados, para lhes meter medo. Enquanto eles se entreolhavam, confusos, as portas fecharam-se. E eles nem sequer perceberam… mas estava tudo acabado.


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