O meu marido e a minha melhor amiga traíram-me no que eu julgava ser o dia mais feliz da minha vida.
No entanto, o destino tinha outros planos.
Era um dia como outro qualquer, ou pelo menos assim parecia.

Depois de semanas de expectativa, o meu marido, João, preparava-se para fazer uma apresentação importante num evento da empresa em que tanto se esforçara.

A pressão era grande, mas ele estava preparado.

Na noite anterior, eu tinha organizado tudo com cuidado, incluindo a sua refeição favorita, e quando saiu de manhã, desejei-lhe boa sorte com um sorriso que escondia a minha crescente ansiedade.

Ele partiu, sem suspeitar do que estava prestes a acontecer.

Porém, algo mudou quando comecei a arrumar a casa. No meio das tarefas, percebi que ele se tinha esquecido do computador portátil.

A apresentação importante estava guardada lá e eu não podia deixar que o seu trabalho fosse prejudicado por um descuido.

Decidi ir até ao hotel onde o evento supostamente decorria para lho entregar e evitar que todo o seu esforço fosse em vão.

Quando cheguei, algo estava estranho. O hotel, normalmente cheio de movimento, estava surpreendentemente vazio.

Confusa, dirigi-me à receção e perguntei à rececionista sobre o evento. Para minha surpresa, ela disse-me que não estava agendado nenhum.

Pensei que fosse um engano e pedi que verificasse no sistema se havia alguma reserva em nome de João.

Após um silêncio, ela confirmou que havia, de facto, um quarto reservado em seu nome e deu-me o número.

Cética, mas cautelosa, subi e aproximei-me do corredor.

Foi então que ouvi risos, sussurros e algo que me gelou o sangue: beijos. O meu coração parou por um instante.

Espreitei e fiquei horrorizada ao ver João e a minha melhor amiga, Inês, de mãos dadas, a caminhar para o quarto.

A dor trespassou-me como uma facada, mas em vez de os confrontar, decidi tirar fotos como prova.

Não queria acreditar no que via, mas também sabia que não permitiria aquilo.

Escondi-me, com lágrimas nos olhos, e soube que haveria vingança.

Voltei para a receção, onde a rececionista, testemunha do meu sofrimento, se ofereceu para ajudar.

Juntas, criámos um plano perfeito.

Com um olhar de cumplicidade, ela levou-me até ao elevador privado, um que não constava nos registos.

Quando eles finalmente chegaram, desprevenidos, entraram no elevador e carregaram no botão para subir.

Não faziam ideia de que eu estava lá.

O elevador começou a mover-se.

Enquanto as portas se fechavam, não consegui conter um sorriso, sabendo que a minha vingança era tão engenhosa que nem eles poderiam tê-la previsto.

Assim que o elevador subiu, deixei cair um saco cheio de rebuçados no chão, fazendo-os pensar que algo estava errado.

Enquanto as mentes deles se distraíam, as portas fecharam-se, sem que soubessem que tudo tinha acabado.

No fim, aprendi que a traição revela o verdadeiro carácter das pessoas—e que, por vezes, a melhor resposta é deixar o karma agir por si só.


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