Dom é só meu, trabalhei duro para conquistá-lo.

Quando conheci meu marido, o Ricardo, já passava dos trinta. Tive alguns relacionamentos com homens antes, mas nada muito promissor. Entre os 26 e 30 anos, decidi dar um tempo e, como uma mulher solteira, enfrentei a vida trabalhando de sol a sol. Ralei bastante para juntar mais dinheiro e consegui comprar a minha casa dos sonhos. Fiquei super orgulhosa, pois sempre pude contar apenas comigo mesma. Dois anos depois, conheci o Ricardo.

Bom, se dá pra dizer que tínhamos uma conexão incrível ou uma paixão desenfreada, talvez não seja bem assim. Será que é possível viver um grande romance após os trinta? Difícil dizer. O que eu realmente queria era uma vida tranquila, confortável, com um homem que não fosse uma fonte de problemas. O Ricardo parecia ser esse cara, calmo, equilibrado e bem-humorado, então decidi deixá-lo entrar na minha casa, e ele não se importou nadinha.

Além do mais, nem todo homem tem a sorte de encontrar uma mulher que já tenha sua casa. Eu consegui comprar meu lugar dos sonhos sem precisar de financiamento ou me preocupar em pagar prestações todo mês.

Assim vivemos por sete anos. Não tivemos filhos, pois eu estava sempre ocupada com o trabalho, assim como o Ricardo. Depois de um dia cansativo, chegávamos em casa exaustos e só queríamos dormir. Não vou mentir, já pensei em ter um filho várias vezes, mas sempre me disse que seria melhor depois, especialmente agora que as mulheres podem ter filhos até os 45 anos.

Na semana passada, estávamos à mesa tomando café da manhã quando meu marido me perguntou diretamente quando eu ia finalmente registrá-lo na minha casa. O Ricardo queria sair da casa da mãe e economizar nas contas. Não gostei nada dessa ideia; eu não queria fazer o registro de ninguém no meu endereço e deixei isso claro para ele. Ele poderia muito bem juntar seu dinheiro e comprar seu próprio apartamento, onde ele teria um registro, mas a maioria que vive com a mãe não pensa assim. Nós dividíamos igualmente as contas básicas e com o restante do nosso salário, fazíamos o que bem quiséssemos.

Enfim, depois dessa conversa, ele saiu para o trabalho e não voltou à noite. Na manhã seguinte, recebi um SMS dizendo que ele tinha entrado com pedido de divórcio. Até agora, não consigo acreditar que meu marido fez isso. Não queria registrá-lo, não porque não confiasse nele, mas a vida nos surpreende e não há garantia de que ficaremos juntos para sempre. Não vou dividir minha propriedade com ninguém; trabalhei muito para conquistar essa casa, e ela é só minha. Se o Ricardo estava comigo só na expectativa de um dia ter uma parte dela, que vá em frente e siga seu caminho.


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